domingo, 27 de abril de 2008

A Estreia de Silva


“El Português Sérgio Silva y la checa Vendula Frintová, vencedores en Gernika” este foi um dos títulos dos jornais após a minha ultima prova.

É sempre com enorme orgulho quando ouvimos ou lemos o nosso nome em jornais estrangeiros.

Relativamente à prova, foi mais uma dura de roer, na distância de 5.6kms de corrida, 27kms de bicicleta e novamente 2.4 de corrida. A corrida com apenas uma subida e descida, não fazia grande “mossa” ao contrário do segmento de ciclismo, este de ida e volta com subidas e descidas longas, bem mais duro do que em Chateau-Renault, onde para além das difíceis subidas, o principal adversário acabou por ser o forte vento que se fez sentir aquando do retorno, últimos 13 kms.

Dado o tiro de partida, o ritmo fora logo demasiado acelerado, tendo-se isolado dois atletas, Jurgen Dereere (BEL) e Rojer Roca (ESP), tendo feito os melhores tempos da primeira corrida, logo atrás seguia um grupo composto por cerca de 8 elementos onde eu me incluía. Com uma transição bem rápida, consegui recolar ao duo da frente a par dos atletas Rob (BEL e Galinier (FRA), formando um quinteto bem poderoso no que ao segmento de ciclismo dizia respeito, rapidamente começamo-nos a entre ajudar, contudo e com o passar do quilómetros, os atletas Jurgen e Galinier deixaram de ajudar e começaram as escaramuças, provocando o abrandamento do ritmo e a consequente fuga anulada aos 10kms pelo grupo perseguidor, onde se incluíam cerca de 7 atletas. Com o grupo já numeroso os ataques sucediam-se e eu sentia-me bem a responder a alguns e inclusive a anular algumas fugas. Tendo apenas o atleta gaulês Capoferri conseguido levar a sua avante tendo chegado completamente isolado ao parque de transição. Passados alguns segundos chegamos nós, novamente com uma transição digna de registo, iniciei a corrida, sem o objectivo de ganhar, pois não via nenhum atleta à minha frente pensando na altura que já estaria demasiado longe, contudo e sem ir á “baba” fui recuperando terreno até que a um quilómetro da meta o consegui apanhar, chegando assim isolado à meta e vencendo pela primeira vez este duatlo. Resta dizer que estavam apenas cerca de 7000mil pessoas assistir! 10 nações representadas! Mais de 400 atletas participantes!

O destaque pela vitória foi fenomenal, a organização 5 estrelas, após terem realizado o Campeonato do mundo de duatlo em 1997 agora é objectivo realizar o de 2012, na minha opinião têm bem capacidade para isso. Se bem que o percurso não me é o mais agradável, mas nem tudo pode ser bom não é!? ;)

  1. Sérgio Silva (POR) 1h06’41”
  2. Nicolas Capoferry (FRA) 1h06’49”
  3. Roger Roca (ESP) 1h06’53
  4. Rob Woesterbochs (BEL) 1h06’58”
  5. Santiago Arnês (ESP) 1h07’01”
  6. Lino Barruncho (POR) 1h07’02”
  7. Félix Martinez (ESP) 1h07’05”
  8. Jurgen Dereere (BEL) 1h07’12”
  9. Raf Baugh (AUS) 1h07’14”
  10. Javier Garcia (ESP) 1h07’20”

terça-feira, 8 de abril de 2008

GP Chateau-Renault

Após um pequeno estágio em Rio Maior chegou a altura das competições a nível internacional, nomeadamente o inicio do melhor circuito mundial de Duatlo, o Grand-Prix em França.
Foi neste fim de semana em Chateau-Renault onde se deu inicio de mais uma temporada em França. A prova percorrida na distançia de 5kms de corrida, 32kms de bicicleta e novamente 5 kms de corrida, seria uma das mais duras que alguma vez tivera realizado. o percurso de corrida composto por 2 voltas estremamente duras com uma grande subida e descida por cada volta e um segmento de ciclismo igualmente duro composto por 5 voltas de aproximadamente 6kms onde se incluía uma subida de 18%, muitas curvas apertadas, e ruelas estreitas por vezes com menos de 2 metros de largura, faziam desta prova algo receosa.

Mais uma estreia para mim, numa das melhores equipas do mundo, Mulhouse OT, alinharam à partida para além de mim, Joeri Vanstellant (BEL), Kris Coddens, Yoann Vincent (FRA) e Toumy Degham (FRA). Objectivo, GANHAR, individual e colectivamente, eram estes os desejos de toda a equipa.

Por mim, sendo a primeira prova e após ter visto a dureza do percurso, fiquei algo receoso,pois não sabia como me encontrava.

São 12h57, a prova começa ás 15h, estou sem toques, mas um cadito entupido. A prova é muito dura, vai haver cortes no ciclismo e a 2ª corrida tem de ser à morte, mas a ver se não morro antes de lá chegar. Tenho de usar a cabeça, pois vai haver grandes rombos, a ver se não me calha a mim. gostava de ficar nos 5 mas algo me diz 6 ou 7. Vai quase tudo de sapatos de ciclismo, eu vou de "pyro", afinal a vitória só calha a um e quem não arrisca não petisca, eu arrisco. Chegarei descolado na bike, mas com confiança para os ir buscar! Optimismo! só falta dizer que estão uns 5 ou 6 graus, enfim frio e quase a chover, se chover, "chapéu" o "risco" fica para a próxima."

Este era o estado de espirito antes de sair para a prova.

Dado o tiro de partida para os primeiros 5kms de corrida o ritmo não fora tão acelerado como prevera, antevendo talvez a dureza da prova, não houve muito a contar, limitei-me a seguir os primeiros e no final acelerar um pouco para fazer uma transicção sem precalços, assim fora, entrando no parque em segundo lugar perseguido pelo enorme pelotão. Fiz uma boa transição para o ciclismo, afinal era o unico ou dos poucos que tinha o sistema de encaixe rápido.

Para o ciclismo fiz questão de seguir quase sempre na roda dos meus companheiros de equipa, pois para além de sermos da mesma equipa eles são dos mais fortes e experientes no que ao ciclismo diz respeito, assim o fiz, sempre bem posicionado, conseguindo responder aos ataques e entrar na subida dos 18% sempre de "talega" metida. Senti-me extraordinariamente bem neste segmento, talvez um dos melhores segmentos que já realizei. Contudo e perante atletas mais experientes e a segunda corrida que se adivinhava muito dura limitei-me a controlar o meu esforço. Ao inicio da 3ª volta de ciclismo quando olho para trás, fiquei surpreendido por não vir ninguém na minha roda, tinham descolado numa das muitas curvas apertadas do segmento. Estavamos 7 atletas na frente, sempre com o Vanstellant a impôr um ritmo forte até que o pequeno grupo viria a ficar reduzido a 4 atletas, tendo Vanstellant, Rob e Capoferri formando um trio na frente, sendo Vanstellant da minha equipa, não respondi limitando-me a vê-los ir embora. faltavam então 2 voltas, sem muito mais para contar.

O trio da frente chegara à transição com um minuto de avanço sobre o quarteto onde me incluía. Fiz de novo uma transição tão rápida que fiquei baralhado, tendo parado inclusivé no final do parque para ver se tinha feito tudo bem, de tão rápida que fizera a transição, mas tudo estava bem e iniciei a minha corrida.

Pensava estar em 4 e o objectivo praticamente alcançado, O Vanstellant estava na frente, eu no top 5 estava tudo a correr na perfeição. Iniciei a corrida com calma, contudo o esforço dispendido por Capoferri por ter tentado acompanhar os da frente estava a sair bastante caro, tendo eu o alcançado no final na primeira volta, contudo estava a ganhar segundo atrás de segundo ao primeiro classificado, de 1 minuto passara para 30 segundos, de 30 segundos, para 20, 15, 10 segundos até que o começei a ver e a minha motivação em chegar com o primeiro estava no auge, decidi forçar o andamento, até que consegui alcançar o Vanstellant em plena recta da meta, dei-lhe uma palmada nas costas congratolando-o por esta vitória são preciosa tanto para a equipa como para o clã Vanstellant. Finalizei em segundo lugar com o mesmo tempo do primeiro, mas com o doce sabor da vitória. Para mim foi como tivesse ganho, afinal no final, não conta o lugar mas como nos sentimos com nós próprios, melhor não podia fazer. Ganhámos por equipas, ganhámos individualmente, e foi a melhor estreia que podia ter tido, no ano passado entrei a ganhar, este ano a história repete-se mas com um sabor ligeiramente diferente, de ambos, qual o melhor!?


MULHOUSE O.T

A próxima prova será dia 18 em Guernika, não faz parte do Grand-Prix, mas é igualmente bem disputada.